Introdução
A vida humana é envolvida por uma constante necessidade de elaboração e reelaboração de projetos, propostas, planos etc. Do plano mais singelo, como fazer a lista de compras do supermercado, até a escolha e formação de uma profissão, há a necessidade de um planejamento como forma de antecipação dos objetivos que cada ser humano tem sobre uma determinada situação da vida. Essa forma de planejar pode ser a curto, médio e longo prazo e está em sintonia com as intencionalidades de cada pessoa em consonância com sua forma subjetiva de ser e estar no mundo.
Para que o planejamento da vida cotidiana tenha sentido satisfatório, é importante ter claro todos os objetivos que se esperam em diálogo com a forma subjetiva do indivíduo de ver e pensar a sociedade e a sua própria existência humana. Ao ser aplicado ao contexto educativo escolar, especificamente à Educação Física, o planejamento segue pela mesma trilha de intencionalidade e objetividade que se pretende alcançar, sendo que é uma forma de organização prévia do tempo, espaço e ação sobre um determinado propósito.
Sobre isso, a discussão fomenta a importância do ato de planejar na vida e na escola, tendo como foco a Educação Física e suas possibilidades de intervenção na escola à luz das propostas curriculares oficiais (Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96; Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, de 2010; e a Base Nacional Comum Curricular, de 2018). Para isso, há a necessidade de se ter clareza dos elementos do planejamento, que são: objetivos, conteúdos, procedimentos metodológicos e avaliação. Ainda, há a urgente necessidade de ressignificação da Educação Física como potencial de lazer e formação qualitativa da vida.
Boas leituras!
Planejamentos de Ensino em Educação Física
Planejamento de ensino consiste em uma das “formas de ajuda” de valor na educação escolar em todos os níveis de ensino, especialmente na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, que é o nosso caso. Ainda, o ato de planejar envolve a ação de todas as áreas do conhecimento e linguagens do saber na escola, sendo que, para esse texto, há uma ênfase de como esse processo acontece na área de Educação Física.
O texto, em um primeiro momento, traz uma discussão ampla do planejamento de ensino e, sequencialmente, vai afunilando a discussão com vistas à organização do trabalho docente na Educação Física escolar. Sabe-se, portanto, que ao planejar o professor, recorre a uma forma de antecipação temporal, espacial e do fazer docente, sendo de grande importância no que se refere ao processo de ensino-aprendizagem e desenvolvimento das crianças.
De modo amplo, ao planejar o ensino, há simultaneamente uma forma de organização do tempo e das atividades previstas que, de certa forma, colaboram para a construção da autonomia e do saber-fazer docente e de crianças em cotidianos escolares. Barbosa e Horn (2008) destacam que, independentemente da área de atuação do professor, ao planejar é necessário considerar as seguintes situações:
- a) elaborar um ambiente fortalecedor e estimulador da aprendizagem por meio da interação entre crianças, colaboração entre adultos e crianças e vice-versa;
- b) potencializar situações favorecedoras da tomada de decisões pelas crianças e da própria autonomia do conhecimento e do saber;
- c) oportunizar diversas situações de trabalho e realização de atividades em contextos espaciais diferentes, tais como: sala de aula, pátio, salas-ambiente, quadras esportivas, parque etc.
- d) propiciar situações de planejamento, realização e organização do espaço, a fim de que as crianças possam vivenciar situações dirigidas e espontâneas da aprendizagem e desenvolvimento;
- e) ter clara a concepção de sociedade, educação e crianças (alunos); bem como os objetivos de aprendizagem em relação ao processo de desenvolvimento biológico e social das crianças;
- f) identificar e readequar, se for o caso, os materiais disponíveis para a realização das propostas de ensino, de modo a garantir a aprendizagem enquanto recurso didático, e não a substituição do professor. No caso, há a necessidade de ter os materiais de maneira prévia às ações: materiais didáticos, materiais esportivos, materiais lúdicos (jogos e brinquedos), entre outros;
- g) organizar e planejar alguns momentos de atividades juntamente com as crianças, a fim de potencializar a participação e o engajamento delas nos conteúdos e objetivos da área do conhecimento. Para isso, apenas uma pergunta: o que gostaríamos de aprender e fazer na aula?
Para além das situações supracitadas, o professor, ao desenvolver o ato de planejar, precisa considerar que o tempo e espaço na educação escolar se constituem como um leque de oportunidades do saber, que, para Zabalza (1998, p. 236), “é uma condição externa que favorecerá ou dificultará o processo de crescimento pessoal e o desenvolvimento das atividades instrutivas”. A organização do tempo e espaço deve, então, possibilitar à criança da educação infantil e anos iniciais a compreensão desse “território” escolar a que pertence enquanto lugar de aprendizagem e desenvolvimento infantil.
Em se tratando da educação infantil como primeira etapa da educação básica, podemos afirmar, no contexto atual, que ela se constitui como início e processo para a formação integral da criança nas demais etapas da vida educacional. Como instituição formativa e educacional, tem o compromisso de ampliar o universo de conhecimentos, saberes, experiências e potencialidades das crianças, principalmente entre 0 e 5 anos, com propostas diversificadas e consolidadoras de novas aprendizagens; além de contribuir para a formação humana do sujeito, com olhares para ações mediadoras no campo da criatividade, socialização, criticidade e expressividade humana (SAITO; OLIVEIRA, 2018, p. 2).
Entende-se que é do compromisso docente a promoção do ensino pautada por intencionalidades educativas planejadas, a fim de garantir a ampliação do universo de conhecimentos e saberes das crianças para além do cognitivo, com vista a outras formas e expressões de aprendizagem, no caso, pelas áreas do conhecimento e, enquanto objetivo deste texto, pela Educação Física enquanto linguagem do corpo e movimento.
SAIBA MAIS
Trabalho docente: ação internacional e planejada do ensino
O artigo intitulado Trabalho docente na educação infantil: olhares reflexivos para a ação intencional e planejada do ensino, de 2018, elaborado pelas autoras Heloisa Toshie Irie Saito e Marta Regina Furlan de Oliveira, apresenta uma reflexão crítica sobre a importância do planejamento de ensinar enquanto materialização sistemática das intenções e ações docentes de modo geral e, em específico, na educação infantil. Saiba mais no link a seguir.
http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ImagensEduc/article/view/39310.
Fonte: Elaborado pela autora.
Ainda, no que se refere ao planejamento de ensino, é crucial a compreensão dos fundamentos teórico-metodológicos que regem as ações docentes e, de certa forma, possibilitam os subsídios e instrumentos didáticos do ensino adequados a uma educação voltada à cidadania e à formação humana dos alunos. Assim, diante das variações das bases teóricas do ensino, para essa discussão e reflexão optou-se por bases humanísticas do saber, com o intuito de garantir, para além da aprendizagem, a formação humana enquanto pessoa no mundo e com o mundo.
Nessa concepção de educação e trabalho docente, acredita-se que, ao planejar o ensino, o professor precisa se atentar para a escola enquanto lugar de trabalho e de produção humana e a criança e o professor enquanto cidadãos, sujeitos ativos, cooperativos e responsáveis pelo processo de educação por meio dos limiares da emancipação humana. Por conseguinte, ao planejar o ensino, é preciso ter clareza das metas educacionais do ensino com vistas à construção do conhecimento.
Ao planejar é preciso ter claras as metas educacionais do ensino:
Atividade que envolve a ação da criança de maneira independente e, que ao mesmo tempo fomenta a coletividade e interação entre pares.
Atividade que contribua para a criança avançar no desenvolvimento, considerando o que ela já sabe e o que precisa saber.
Atividade que promova a intencionalidade docente em concordância com os conteúdos e objetivos de cada área do conhecimento e seu respectivo nível de ensino.
Atividade que potencialize a ação criativa e crítica da criança na realização da tarefa com vista ao processo de assimilação do conhecimento.
Atividade que promova a compreensão de si mesmo em relação ao outro.
Atividade que potencialize a ação da criança por meio de diferentes situações de aprendizagem e expressão humana, seja ela física, social, cognitiva, psíquica, motora etc.
Atividade que prioriza o processo de realização das ações pelas crianças e, não necessariamente seu fim, enquanto produto final.
Atividade que desperte na criança o desejo de realização, independentemente de suas condições e ou limitações e estas com seus pares.
Atividade que garanta o ensino enquanto promotor da aprendizagem e desenvolvimento amplo da criança, principalmente no que se refere a constituição da sua humanidade.
Nesse seguimento, cabe ao professor que atua nas diferentes áreas do conhecimento ter as intenções claras e suas ações, com embasamentos teórico-metodológicos solidificados pela concepção de sociedade, educação e sujeitos críticos.
Educação Física: Possibilidades de Intervenção na Escola
As profundas mudanças sociais, históricas, culturais e educacionais vêm motivando as novas formas de organização do trabalho pedagógico escolar e do próprio saber-fazer docente em diferentes níveis da educação básica. Gasparin (2002, p. 2) enfatiza que a escola, em diferentes contextos históricos e sociais, constitui uma expressão e uma resposta à sociedade na qual está inserida, uma vez que “ela nunca é neutra, mas sempre ideológica e politicamente comprometida” com sua função específica, que é promover o ensino por meio dos conteúdos e/ou saberes escolares de maneira formal e sistematizada.
Ao tratar da Educação Física escolar, esse dado não é diferente, visto que o art. 26, §3º, da nº 9.394/1996, também conhecida como Lei de Diretrizes e Bases - LDB, define a Educação Física enquanto área integrada da proposta pedagógica da escola (BRASIL, 1996). Em 2003, por meio da Lei nº 10.793/03, a LDB alterou sua redação, definindo a Educação Física como “componente curricular obrigatório da Educação Básica, ajustando às faixas etárias e às condições da população escolar” (BRASIL, 2003).
A Educação Física como componente curricular obrigatório da educação básica objetiva, enquanto linguagem do movimento, adequar-se às especificidades da educação da criança e do processo de escolarização da infância nos seus diferentes níveis de ensino. Precisa, desse modo, desenvolver ricas possibilidades de intervenção na escola e no processo de aprendizagem e desenvolvimento infantil. Para isso, o professor de Educação Física precisa considerar o ato de planejar como estratégia e expressão de suas intenções e antecipação de suas ações em prol da garantia do saber.
Nessa perspectiva, os conteúdos da área de Educação Física precisam estar integrados, de modo a garantir os fundamentos teóricos e práticos no dia a dia das crianças da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental.
Gasparin (2002, p. 2) afirma:
Essa nova postura implica trabalhar os conteúdos de forma contextualizada em todas as áreas do conhecimento humano. Isso possibilita evidenciar aos alunos que os conteúdos são sempre uma produção histórica de como os homens conduzem sua vida nas relações sociais de trabalho em cada modo de produção. Consequentemente, os conteúdos reúnem dimensões conceituais, científicas, históricas, econômicas, ideológicas, políticas, culturais, educacionais que devem ser explicitadas e apreendidas no processo de ensino e aprendizagem.
Esse fazer docente é uma estratégia de compreensão dos conhecimentos em suas múltiplas faces de um todo social e formativo. Em se tratando da escola infantil em diálogo com a Educação Física, “ao proporcionar o desenvolvimento infantil nas suas diversas dimensões, poderá realizar esta mediação: criança e o conhecimento culturalmente construído e traduzido em diferentes formas de linguagem: oral, corporal, musical, gráfico-pictórica (rabiscos, desenhos, escritas) e plástica” (GARANHANI; NALDONI, 2011, p. 65). Simultaneamente, poderá desenvolver estratégias para aprendizagens relacionadas à expressão e comunicação.

Fonte: Parinya Agsararattananont / 123RF.
Segundo Garanhani (2004, p. 22), “o corpo em movimento constitui a matriz básica, em que se desenvolvem as significações do aprender”, ou seja, o corpo assume um papel fundamental no processo de constituição da criança como sujeito cultural que age para compreender e expressar significados no universo em que se encontra, de maneira a garantir: a) autonomia e identidade corporal infantil, que envolvem movimentações corporais, conhecimento, domínio e a consciência do corpo; b) socialização com a compreensão dos movimentos do corpo como uma linguagem utilizada na interação com o meio e; c) ampliação de conhecimento de práticas corporais que são produzidas historicamente e pela cultura em que a criança se encontra.
Diante disso, a Educação Física tem um compromisso ímpar com a linguagem do corpo e movimento, evidenciando uma nova forma de trabalho docente comprometida com a aprendizagem das crianças de maneira diversificada e imbricada por novos contornos pedagógicos e educativos.
As Propostas Curriculares Oficiais
Ao tratar do planejamento de ensino à luz das propostas curriculares oficiais, há a percepção de que os documentos legais contribuem efetivamente para pensar na educação escolar e suas intencionalidades no campo do ensino e da aprendizagem, com vistas à organização temporal das ações didáticas docentes em favor do desenvolvimento dos educandos de diversas formas.
Desde a Constituição de 1988 até às contribuições recentes da Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018), tem-se pensado em formas de organização das propostas de ensino visando sempre à qualidade do trabalho educativo. Dessa forma, entende-se que o ambiente escolar, ao planejar, está efetivamente organizando as intenções pedagógicas mediante a organização do tempo e espaço do aprender.
Assim, de acordo com as contribuições oficiais, cada escola deve ter suas condições específicas compreendidas por todos pela construção do Projeto Político-Pedagógico (PPP) e da Proposta Pedagógica Curricular (PPC), que são, definitivamente, uma forma coletiva e participativa de planejar a escola em seus fundamentos didático-pedagógicos e curriculares e que potencializa a elaboração do planejamento de ensino pelo professor.
O Projeto Político-Pedagógico é um documento normativo da escola que trata de intencionalizar as concepções de sociedade, educação e aluno, sendo uma forma coletiva de planejamento de todos os profissionais envolvidos (diretores, equipe pedagógica, professores e funcionários de forma geral). Já a Proposta Pedagógica Curricular consiste em uma forma de organização curricular da escola, de acordo com as especificidades e áreas do conhecimento dos respectivos níveis de ensino. Por meio da PPC, é possível pensar nos conteúdos e objetivos de aprendizagem de cada área do conhecimento e suas possíveis articulações. A partir dessa organização curricular, o professor tem condições de realizar seu planejamento de ensino.
Assim, por meio da organização prévia estabelecida no PPP e PPC (atualmente reorganizados conforme a BNCC de 2018), é possível pensar em determinados desafios que precisam ser enfrentados para que os objetivos sejam alcançados.
REFLITA
Organização curricular e planejamento de ensino
A organização curricular direciona o conjunto de conteúdos de aprendizagem em diversas áreas do conhecimento e, de certa forma, constitui-se talvez em um dos maiores desafios da escola. Diante disso, reflita: como construir uma educação democrática e igualitária do ensino através da garantia dos direitos de aprendizagem e acesso das crianças ao conhecimento elaborado?
Fonte: Elaborado pela autora.
Questões diversas precisam ser pensadas e supostamente respondidas por meio do planejamento de ensino: ensinar para quê? Ensinar por quê? Ensinar como? Ensinar de que forma? Como avaliar o que ensinou? Ainda: a escola é integral ou parcial? O espaço escolar é adequado para o trabalho a ser realizado pelo professor? Qual a formação do professor? Há material suficiente para a realização das propostas de ensino? O número de alunos matriculados por sala garante a aprendizagem de qualidade? Essas e outras questões precisam ser pensadas e explicitadas no Planejamento Escolar (PPP e PPC) a fim de que seja possível o ato de planejar pelo professor em prol da garantia de uma educação mais democrática, igualitária e comprometida com o direito de aprender das crianças.
Encaminhamentos Metodológicos dos Conteúdos e Avaliação
Toda a proposta de trabalho pedagógico, bem como seus encaminhamentos metodológicos de conteúdos, objetivos e avaliação precisam explicitar as concepções de criança, de educação e de sociedade. Considerando que a Educação Física tem seus propósitos formativos voltados ao trabalho obrigatório na educação básica, é mister elencar o que se pretende desenvolver na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, principalmente com as contribuições da Base Nacional Comum Curricular (2018) e, no caso do Paraná, com a Referência Curricular do Paraná (PARANÁ, 2018).
Educação Física na Educação Infantil
Antes de iniciar uma breve compreensão da Educação Física, é importante revelar que a Educação Infantil é o início e o fundamento do processo educacional, sendo, necessariamente, a primeira etapa da educação básica. Busca garantir os direitos de aprendizagem da criança, tendo como eixos direcionadores do trabalho pedagógico as interações e as brincadeiras.
A educação infantil tem uma especificidade em seus grupos etários e que envolve o trabalho de 0 a 5 anos. Os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento se encontram alinhados aos três grupos por faixa etária e, de certa forma, potencializam a organização do trabalho pedagógico docente, dos conteúdos e procedimentos metodológicos do ensino. O grupo é, portanto, dividido da seguinte forma:
Quadro 3.1 - Grupos etários de 0 a 5 anos
Fonte: Brasil (2018, on-line).
De acordo com a BNCC (BRASIL, 2018), o processo de ensino e aprendizagem precisa acontecer por meio da inserção em práticas sociais e culturais criativas e interativas, gerando sentido ao arranjo curricular que está envolvido pelos direitos de aprendizagem (conviver, brincar, participar, explorar, expressar e se conhecer) e aos campos de experiência que devem acontecer de maneira interligada e complexa. Nessa etapa, o campo de experiência a ser trabalhado com as crianças em sintonia com a Educação Física é o corpo, gestos e movimentos, que engloba os seguintes objetivos de aprendizagem:
Quadro 3.2 - Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
Fonte: Brasil (2018, on-line).
Para que esses objetivos de aprendizagem sejam garantidos, é importante que o professor de Educação Física organize propostas de ensino por meio de procedimentos metodológicos em torno do desenvolvimento da autonomia, identidade, espírito de cooperação, vivências afetivas fundamentais (emoções, sentimentos, equilíbrio e controle emocional) e solidariedade da criança em relação aos seus pares.
Os procedimentos metodológicos, segundo a BNCC (BRASIL, 2018), devem promover situações em que o corpo tenha experiências por meio dos sentidos, gestos, movimentos impulsivos ou intencionais, coordenados ou espontâneos. Assim:
Por meio das diferentes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se comunicam e se expressam no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem. As crianças conhecem e reconhecem as sensações e funções de seu corpo e, com seus gestos e movimentos, identificam suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a consciência sobre o que é seguro e o que pode ser um risco à sua integridade física (BRASIL, 2018, p. 41).
É fato que a Educação Física na educação infantil precisa de metodologias lúdicas, criativas e interativas com as crianças, de maneira a promover oportunidades avançadas do conteúdo por meio da exploração e vivência de um amplo repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, para descobrir variados modos de ocupação e uso do espaço com o corpo. Para isso, há como destacar algumas ações e estratégias a serem desenvolvidas juntamente com as crianças. Essas ações e procedimentos foram adaptados pela autora, tendo como referência as contribuições da Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018) e de Mukhina (1996) e Liublinskaia (1979).
- Sentar com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar, pular, saltar, escalar, equilibrar-se, correr, dar cambalhotas, alongar-se etc.
- Brincar de diferentes formas, por meio das atividades de intensa movimentação corporal, expressão e comunicação.
- Desenvolver a atenção e a memória ativa por meio da concentração em detalhes do jogo e lembrança das suas regras, ainda que implícitas.
- Estimular a linguagem comunicativa e coerente, permitindo a compreensão das trocas verbais e não verbais.
- Elaborar previamente as ações com as crianças, por meio do planejamento, antecipando o que deve fazer ou agindo em consequência à ação do seu interlocutor.
- Promover a imaginação e a representação simbólica atribuída e depreendida dos objetos utilizados.
- Desenvolver ações corporais e do movimento, de modo a garantir as competências e habilidades do ensino em sintonia com os eixos estruturantes das práticas pedagógicas: interações e brincadeiras.
- Promover ações de reflexão pela criança sobre a realidade circundante que ela conhece em seu universo infantil.
- Adquirir o conhecimento e desenvolver a sua própria humanidade.
- Raciocinar acerca da solução de determinados problemas, que pode associar os diversos conteúdos e objetivos de aprendizagem.
- Refletir criticamente sobre os conteúdos e/ou temas da brincadeira, do movimento, da expressão e comunicação, estabelecendo relações e criando novas combinações.
- Transformar ativamente a realidade por meio da interação e aprendizagem.
- Relacionar a realidade e a fantasia por meio das práticas lúdicas e simbólicas do pensamento.
- Lidar com as contradições internas, suas possibilidades e limites de realização do novo, do diferente e da descoberta por meio da expressão corporal e da linguagem do movimento.
REFLITA
Procedimentos metodológicos
Ao considerar que o movimento do corpo se constitui em uma linguagem a ser desenvolvida e compreendida pela criança por meio da ação, expressão e comunicação, questiona-se: os procedimentos metodológicos de professores têm subsidiado os saberes que norteiam a linguagem do movimento na educação infantil?
Fonte: Elaborado pela autora
Por conseguinte, a Educação Física na educação infantil precisa garantir esse universo rico de possibilidades, tendo como preceitos a organização sistematizada e planejada do ensino por meio de ações interativas e construtivas do conhecimento elaborado. Ainda, promover a transição entre a educação infantil e ensino fundamental de maneira planejada, organizada e adequada no tempo e espaço e, principalmente, sensível às subjetividades das crianças de menor e maior idade.
Educação Física nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental
A Educação Física nos anos iniciais se preocupa com refletir e explicitar os fundamentos teóricos e metodológicos em consonância com a linguagem do corpo, movimento, lazer e bem-estar dos sujeitos e, ainda, compreender o corpo como uma linguagem do processo de apropriação, reflexão e construção da cultura de nossa sociedade.
Na busca da autonomia de movimentação do seu corpo, a criança constrói sua identidade corporal. Mas este processo só ocorre na relação com o outro, que se encontra em um determinado contexto histórico-cultural, ou seja, ocorre na socialização [...]. A educação física deve sistematizar e ampliar os conhecimentos não se esquecendo das características e necessidade de cuidado/educação corporais que se apresentam em cada idade (GARANHANI, 2010, p. 75, grifos nossos).
A Educação Física, nesse prisma, tem ganhado novos contornos em prol de práticas docentes em sintonia com novas formas de compreensão dos significados dos conteúdos e procedimentos metodológicos nos anos iniciais. Sobre isso, a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96 (apud PARANÁ, 2018) corrobora ao destacar:
No Ensino Fundamental – anos iniciais e finais, conforme a LDBEN n.º 9.394/96, os estudantes deverão desenvolver a capacidade de aprender por meio do pleno domínio da leitura, da escrita, do cálculo, da compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, das tecnologias, das artes, dos valores em que se fundamenta a sociedade e resolver problemas, tornando-se, assim, autônomos e protagonistas de sua aprendizagem (PARANÁ, 2018, p. 219).
Ainda, em decorrência das contribuições da BNCC, há três elementos fundamentais comuns às práticas corporais, são eles: “movimento corporal como elemento essencial; organização interna (de maior ou menor grau), pautada por uma lógica específica; e produto cultural vinculado com o lazer/entretenimento e/ou o cuidado com o corpo e a saúde” (BRASIL, 2018, p. 213). Essas práticas corporais compõem uma das seis unidades temáticas abordadas nos anos iniciais do ensino fundamental (brincadeiras e jogos, esportes, danças, ginásticas, lutas e práticas corporais de aventura).
SAIBA MAIS
A Educação Física pelo processo do brincar
Uma das formas de garantir o trabalho metodológico rico da Educação Física é pelo brincar, que se apresenta na infância como um princípio pedagógico. Assim, brincando e interagindo em atividades de evidente movimentação corporal, a criança desenvolverá os seus diferentes aspectos, inclusive físico e motores, e, ao mesmo tempo, poderá ser levada a entender que esses movimentos têm significados, pois potencializam a expressão e comunicação. Saiba mais, acessando o link a seguir.
https://www.scielo.br/pdf/rbce/v34n3/v34n3a07.pdf
Fonte: Adaptado de Falcão (2012).
Diante disso, a Educação Física no ensino fundamental precisa direcionar ações metodológicas potencializadoras, a fim de promover as seguintes habilidades e competências, adaptadas de Gallardo, Oliveira e Aravena (1996), Brasil (2018) e Paraná (2018):
- a) controle da motricidade voluntária;
- b) percepção e controle do corpo em movimento;
- c) vivência e superação de ações que requerem o controle do equilíbrio do próprio corpo e com objetos;
- d) pesquisa das regras presentes em um determinado jogo;
- e) exploração e experimentação das possibilidades e dos recursos expressivos do próprio corpo;
- f) confiança e segurança na realização de um movimento;
- g) responsabilidade para com os materiais e as instalações;
- h) valorização do trabalho dos colegas e a cooperação entre pares;
- i) aceitação das diferenças de gênero, sexo e sexualidade presentes na escola;
- j) desejo de melhoria em relação a qualidade dos movimentos;
- k) aceitação das regras e da forma de funcionamento de um jogo ou de uma brincadeira;
- l) responsabilidade pelo trabalho do grupo;
- m) desenvolvimento do movimento corporal e seus vínculos com a organização da vida coletiva e individual.
- n) emprego de estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais
- o) relacionar as práticas corporais e os processos de saúde/doença;
- p) identificar as formas de produção dos preconceitos, compreender seus efeitos e combater posicionamentos discriminatórios em relação às práticas corporais e aos seus participantes;
- q) elaborar valores, sentidos e significados atribuídos às diferentes práticas corporais;
- r) reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade cultural dos povos e grupos;
- s) desenvolver práticas corporais de forma autônoma em contextos de lazer, ampliar as redes de sociabilidade e a promoção da saúde;
- t) experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.
Desse modo, o ensino precisa ser organizado de modo a promover o desenvolvimento e transformação progressiva das capacidades intelectuais e corporais das crianças em direção ao domínio dos conhecimentos, habilidades e sua aplicação pela linguagem do movimento mediante diversas práticas didáticas e metodológicas do ensino. Para isso, é necessário e desafiador envolver o processo de ensino e aprendizagem na prática pedagógica que atenda às necessidades da criança, de modo a garantir a diversificação das atividades visando proporcionar um trabalho mais adequado possível.
Lazer, Mídia e Educação
Do ponto de vista da linguagem do movimento, entende-se que a prática corporal precisa acontecer ao longo da vida dos sujeitos e em todas as instâncias culturais e formativas, visto que, desde a mais tenra idade, as crianças precisam expandir seus movimentos, explorando seu corpo e o espaço físico de maneira educativa, saudável e promotora da qualidade de vida e bem-estar humano.
Os estudos atuais revelam que a atividade física, quando associada à saúde, possibilita a redução do sedentarismo característico neste contexto social capitalista atual. Nesse prisma, discutir sobre essa temática se faz relevante em um contexto social em que novos desafios são postos na vida física, na saúde, na educação e nas relações psíquicas e humanas. Em meio a uma sociedade midiática e tecnologicamente avançada, a busca pela qualidade de vida por meio da atividade física se torna um foco de esperança para que esse tempo sombrio seja amenizado com uma vida com mais qualidade e voltada ao bem-estar.
Educação Física e a Relação entre Educação e Lazer
O contexto social contemporâneo potencializou uma nova forma de vida e de relação humana, alterando, desse modo, culturas e costumes familiares e de grupos sociais e, por conseguinte, tem causado alguns impactos na vida das pessoas, seja no campo formativo, construtivo ou destrutivo. Assim, alguns fatores desse novo tempo social têm sido impactados de maneira benéfica ou não na vida humana e nas características socioeconômicas da população, principalmente as que historicamente já sofreram o desprestígio e a desigualdade social. Um dos agravantes desse contexto e que efetivamente se relaciona ao nosso objeto de estudo é a questão relacionada às dificuldades para a prática diária de atividades físicas, ainda que haja comprovações literárias e científicas sobre os benefícios proporcionados pela atividade física à saúde de modo geral e, em especial, à prevenção de doenças e outros tipos maléficos da vida.
Sobre isso, Pitanga et al. (2020, p. 1) ratificam:
Mais recentemente, a literatura passa a apresentar evidências de que não é apenas a prática regular da atividade física que tem relação com a saúde, mas também a redução do comportamento sedentário, ou seja, o tempo que permanecemos sentados, deitados ou reclinados durante o dia, excetuando-se as horas de sono.
À luz dessas considerações, há evidências da necessidade da continuidade da prática de atividade física para além do contexto escolar, enquanto possibilidade de relação educação e lazer e vice-versa. Para tanto, a população (desde a infância) precisa ser imbuída da crítica e do conhecimento sobre a atividade física como saúde e bem-estar social, a fim de promover a tomada de consciência sobre a necessidade da redução do comportamento sedentário no seu cotidiano diário (PITANGA et al., 2020).
Destarte, nesse momento de travessia, o indivíduo precisa pensar e buscar alternativas em prol de uma rotina diária mais saudável, principalmente pela busca de orientações de profissionais da área da Educação Física e saúde que podem, de certa forma, auxiliar nesse processo de readequação e replanejamento da vida e das ações.
Assim, segundo Azevedo Júnior (2004, p. 2), a atividade física pode proporcionar as seguintes vantagens: “as pessoas ativas têm vida mais intensa, têm uma maior interação social, apresentam mais energia, resistem mais às doenças e permanecem em forma. São menos deprimidas, estressadas e tem sua autoestima super elevada”. Sobre as vantagens da atividade física para a manutenção da saúde, o autor informa, ainda, que estudos têm mostrado que os efeitos benéficos da atividade física ajudam a prevenir o desenvolvimento de doenças do coração, por exemplo. Nessa esteira do cuidado e da saúde, as estratégias utilizadas de estímulo à atividade física devem ser acionadas enquanto reivindicação para uma melhor qualidade de vida e bem-estar.
FIQUE POR DENTRO
Educação física enquanto promotora da saúde
Os exercícios aeróbicos, como caminhada, dança, natação ou outras atividades de movimentos contínuos, contribuem no combate às doenças respiratórias que atingem cerca de 44% da população brasileira e podem ser estratégias de ação no combate às pandemias (como é o caso do Covid-19). Nesse sentido, o papel do educador físico é de grande valia para fomentar a necessidade da prática diária de exercícios físicos, principalmente em pacientes com problemas respiratórios que acabam deixando de praticar atividades físicas por conta do cansaço e fadiga. Fique por dentro, acessando o link a seguir.
https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/14342
Fonte: Elaborado pela autora.
Há, desse modo, a urgente necessidade de reconhecer a atividade física como um rico instrumento no combate às doenças e sedentarismo e uma excelente alternativa e modo de vida mais saudável às pessoas. Pela prática cotidiana da atividade física, é possível ver e tocar o mundo de maneira mais alegre, ativa, saudável, interativa e com mais qualidade de vida e bem-estar. Para tanto, o espaço físico, seja da casa, ao ar livre ou em outro lugar, pode ser constituído como ambiente estimulador, encorajador e propiciador para a realização de atividade física por indivíduos, desde crianças até os mais idosos. Espera-se, dessa forma, que algumas ações possam ser potencializadoras para uma vida mais saudável pela relação Educação Física e lazer, como descreve Ferreira et al. (2020):
- a) atividades físicas prazerosas, lúdicas e que explorem os espaços domiciliares e utensílios disponíveis para se movimentar;
- b) atividades de vida diária envolvendo limpeza, manutenção e organização dos espaços domésticos;
- c) atividades lúdicas e brincantes com os filhos (crianças, adolescentes, jovens) e animais de estimação, por meio de brincadeiras e jogos promotores de energia e movimento corporal;
- d) atividades temporalmente equilibradas entre repouso, movimento corporal, jogos e aparelhos eletrônicos etc.;
- e) atividades de relaxamento, alongamento e meditação.
Em relação às atividades físicas prazerosas e lúdicas, podemos tomar conhecimento das contribuições da Universidade Federal de Goiás (UFG, 2020), que desenvolveu um material de orientação Intitulado Indicações de atividades físicas em tempos de coronavírus, para a realização das atividades físicas tanto pelos mais jovens quantos mais idosos e, em especial, pela população de risco. Além das sugestões, algumas orientações importantes são consideradas, no sentido de proporcionar recomendações, tais como:
- a) para realizar a atividade física, é importante que a pessoa esteja se sentindo bem e que tenha feito recentemente verificações médicas sobre sua saúde;
- b) reservar um espaço seguro e de fácil movimento, evitando objetos e mobílias que possam atrapalhar e ou intimidar tais movimentos;
- c) desenvolver movimentos de maneira processual e, se possível, com a presença de um professor de Educação Física. Na ausência desse profissional, é importante ter ações com calma e sempre respeitando os próprios limites, fazendo um pouco por dia até que tenha sintomas de bem-estar;
- d) utilizar roupas leves e adequadas, procurando durante a atividade se hidratar com água e, após, também. Tomar água com frequência auxilia no processo de hidratação e contribui para um corpo e vida mais saudáveis (USF, 2020).
Destarte, há evidências robustas em relação aos efeitos positivos da atividade física. Para isso, acredita-se que a relação entre educação e lazer e vice-versa pode ser uma das alternativas práticas enquanto mecanismo de prevenção e busca de saúde e bem-estar dos indivíduos, sejam crianças ou adultos.
Indicação de leitura
Educação Física Escolar: compartilhando experiências
Autora: Suraya Cristina Darido
Ano: 2011
Editora: Phorte
Comentário: de maneira complexa e significativa, apresenta procedimentos metodológicos coerentes com o ensino de Educação Física escolar nas mais diferenciadas unidades temáticas, como: voleibol, handebol, basquetebol, lutas, capoeira, futebol, atletismo, atividades rítmicas, atividades aquáticas, jogos, brincadeiras, entre outras.

Considerações Finais
Esta discussão sobre o planejamento de ensino e a Educação Física promoveu a reflexão sobre a necessidade de uma prática mais sistematizada e intencionalmente organizada em prol da aprendizagem e desenvolvimento de crianças. Sobre isso, não há dúvida de que a educação do “corpo” esteja totalmente imersa no processo de desenvolvimento humano, visto que o corpo é envolvido por condutas, manifestações, expressões, comunicações, desejos e sensações e, que desse modo, precisa ser estimulado desde a mais tenra idade da criança.
Por meio de procedimentos metodológicos, é possível pensar no desenvolvimento das habilidades e competências pela linguagem do movimento tanto em ambientes escolares quanto em outras instâncias da vida humana. Ainda, há a possibilidade de alargar esta compreensão para a relação entre Educação Física e lazer, enquanto promotores da qualidade de vida e bem-estar social, psíquico e físico dos sujeitos envolvidos.
Atividade
Ao tratar do planejamento de ensino, é importante considerar que deve ter intencionalidade e objetividade pelo que se pretende alcançar, sendo que é uma forma de organização prévia do tempo, espaço e ação sobre um determinado propósito ou conteúdo. Diante disso, é importante considerar, no ato de planejar, que:
O planejamento pode ser elaborado após aplicação das atividades com as crianças, visto que o professor terá maior compreensão do processo.
Incorreta. Ao considerar o planejamento como antecipação das ações, seu efeito após a ação não tem significado.
O planejamento, ao se comprometer com a aprendizagem, precisa considerar os objetivos, conteúdos, procedimentos, recursos e avaliação.
Correto. O ato de planejar envolve a clareza dos objetivos e dos conteúdos, de modo a garantir ações metodológicas adequadas.
A organização prévia do trabalho docente promove a rigidez das atividades que se pretende ensinar às crianças.
Incorreta. Planejar ações de ensino não significa estar rígido ao novo e ao diferente, visto que é preciso ter flexibilidade docente.
O professor de Educação Física somente deve recorrer ao planejamento quando tem dificuldade de melhor organizar sua aula.
Incorreta. Pois independentemente da formação e tempo de atuação docente, todos precisam planejar suas aulas.
O ato de planejar na escola se dá somente pelo projeto político-pedagógico, através da relação entre professores e equipe pedagógica.
Incorreta. O projeto político-pedagógico é uma forma de planejamento escolar e o plano de aula é construído a partir dele.
Atividade
De acordo com os documentos oficiais do Ministério da Educação e Secretaria Estadual de Educação, a Educação Física é componente obrigatório da educação básica, que, de forma sistematizada, tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de significação social. Para isso, é preciso saber que:
A Educação Física, por ser componente da educação básica, tem o compromisso somente com o ensino fundamental.
Incorreta. Conforme contribuições oficiais e de políticas públicas voltadas à educação básica, a Educação Física acompanha todas as etapas dessa educação.
Educação Física perpassa por todos os níveis e etapas da educação básica a fim de garantir a linguagem do corpo e movimento.
Correta. A Educação Física está presente em todas as etapas da educação básica, a saber: educação infantil, ensino fundamental e médio.
A Educação Física na educação infantil é intitulada de Jogos e Brincadeiras, já que essa modalidade de ensino não é escolar.
Incorreta. Na educação infantil a Educação Física se relaciona com o campo de experiência intitulado Corpo, Gestos e Movimentos.
Na educação infantil, a Educação Física visa somente brincar com jogos, e no ensino fundamental, visa concentrar nos esportes.
Incorreta. Jogos e brincadeiras consistem em um dos conteúdos a serem desenvolvidos com a criança, e não o único.
No ensino fundamental, a Educação Física tem o papel de promover a performance corporal e estética das crianças.
Incorreta. A a promoção da Educação Física nessa etapa está na relação entre corpo, movimento e bem-estar.
Atividade
A Educação Física escolar, principalmente no que se refere aos anos iniciais do ensino fundamental, tem o compromisso de direcionar ações metodológicas potencializadoras da aprendizagem e desenvolvimento infantil, a fim de promover habilidades e competências em relação ao corpo e movimento. Sobre isso, é importante considerar algumas habilidades que podem ser desenvolvidas na criança escolar:
Confiança e segurança na realização de um movimento repetitivo e mecânico.
Incorreta. O movimento precisa ser criativo, rico e livre.
Vivência e ações elaboradas relacionadas ao processo de constituição do controle do equilíbrio do próprio corpo.
Correta. A a linguagem corporal precisa ser desenvolvida com avanços e superações.
Aceitação submissa das regras e da forma de funcionamento de um jogo ou de uma brincadeira.
Incorreta. As regras devem ser construídas de maneira coletiva e internalizadas como forma de melhor organização.
Desejo de melhoria em relação à qualidade dos movimentos, visando a autopromoção.
Incorreta. A busca pelo desempenho deve ser em relação ao que a criança sabe e pode saber, sem autopromoção.
Percepção e controle do próprio corpo em movimento em comparação com os demais corpos presentes.
Incorreta. O controle do corpo deve ser individual, sem comparações entre crianças.